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Arquivo Mural Sonoro 2

Luís Varatojo (intérprete, guitarrista)

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Luís Varatojo (intérprete, guitarrista)

74ª Recolha de Entrevista

 

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Quota MS_00036 Europeana Sounds

BI: Luís Varatojo nasceu em Lisboa no ano de 1965. É um músico, guitarrista e produtor com trabalho feito durante mais de duas décadas na Música Popular que é feita em Portugal.

Nesta conversa, da qual se disponibiliza online uma parte ficando a restante transcrita e possível de consultar em meados de 2014 em livro e como documentação em Arquivo físico, tal como as restantes feitas para este trabalho, fala das lembranças de tenra idade: dos serões em família e do que se escutava em sua casa através dos seus pais ou em casa das suas tias, das festas organizadas por uma  espécie de colectividade pós-laboral  onde o pai (os pais trabalhavam no Beato num espaço de nome Manutenção Militar, mas onde existia uma espaço dedicado à actividade cultural) e a mãe se juntavam e que frequentava em criança e onde se fazia teatro ou onde o pai, de um modo amadoristico, tocava bateria, a mãe cantava e ele próprio cantava e tocava, mas reflecte também sobre algum do seu percurso musical, primeiro como guitarrista (guitarra eléctrica) e vocalista de grupos portugueses como: Peste & Sida, Despe e Siga e Linha da Frente e depois no grupo A Naifa onde passa a tocar guitarra portuguesa. Também fala, entre outros aspectos, do seu apreço pelo instrumento guitarra portuguesa, de músicos que o influenciam criativamente ligados a este cordofone (Carlos Paredes, que escutou ao vivo pela primeira vez numa Festa do Avante) e de tocadores que considera talentosos (destacando Armandinho, José Nunes e José Manuel Neto), fala ainda da importância de ter um ”bom instrumento” para o som e musicalidade que procura e do seu contacto com construtores de guitarras para esse efeito à medida que foi conhecendo melhor este instrumento, como G.Grácio e Óscar Cardoso (construtor da guitarra sem fundo que actualmente utiliza no grupo musical A Naifa), bem como da importância da passagem de alguns conhecimentos de Carlos Gonçalves (guitarrista acompanhante de Amália Rodrigues) para si, mas é também crítico e peremptório relativamente a algumas das directrizes que lhe são lançadas nesta conversa e descortina sobre elas, como sejam: as relações de avanço e retrocesso da indústria fonográfica, as relações estabelecidas ao longo destes anos com os media (nomeadamente as rádios), com a recepção musical (públicos), com os novos dispositivos electrónicos para divulgar, escutar e fazer música, etc.

© 2014 Luís Varatojo à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Edição, Pesquisa, Som, Texto: Soraia Simões


Recolha efectuada no espaço A Popular em Alvalade
Fotografia de Ivo Palitos

 

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Luanda Cozetti (intérprete, autora)

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Luanda Cozetti (intérprete, autora)

72ª Recolha de Entrevista

 

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BI: Luanda Cozetti de Freitas, conhecida por Luanda Cozetti, é uma intérprete brasileira residente em Portugal.
Filha de Wanda Cozetti Marinho e de Alípio de Freitas, começa por reflectir nesta recolha, de que se disponibiliza online uma parte, em que medida a vivência dos pais (exilados políticos. O pai especialmente: preso politico no Brasil e que inspirou uma canção de José Afonso) influenciaram o seu percurso como indivíduo e intérprete, expressa ainda o significado da sua estadia em África, acompanhando a mãe no exílio no período entre os 9 e os 15 anos, e o papel estruturante assumido no periodo em que viveu em Brasília especialmente pelos corais onde cantou, os Bares onde actuou ou as participações com outras vozes e outros músicos com que se envolveu, atenta ainda sobre o seu apreço pelas palavras nas canções e na importância primeira que lhes atribui durante a escolha do seu repertório, mas também acerca do gosto que nutre pelo baixo acústico e da relação cumplice deste instrumento com a voz e sobre a importância de algumas das bandas/trilhas sonoras em que colaborou (a intérprete gravou, entre outros, músicas para a banda sonora da versão SBT da novela “Escrava Isaura” e para a série “Jamais te Esquecerei”).

Desde 1986, altura em que começou a cantar em casas nocturnas de Brasília, até à data em que esta recolha é efectuada Luanda esteve envolvida em diversas colaborações com músicos e compositores distintos e nesta conversa destaca projectos como o grupo vocal ‘Bico de Veludo’, ‘Projeto Sarau’, ‘Projeto Exião do Lazer’, entre outros.
Participou no CD “Sol” de Flávio Fonseca, no fonograma “Esperanto Internacional”, no CD “3ª ASA” de Manduka, na colectânea “Prá pirá Brasília” e no CD “Diversos” de Carlos Zimbher, mas só em 2001 gravou o seu primeiro fonograma a solo, e fala dele igualmente.
Formou o grupo Couple Coffee com o baixista Norton Daiello e é na sua chegada a Portugal que gravam o fonograma “Puro”, datado de 2005. Segue-se, com este grupo e em 2007, a publicação do fonograma “Tamanquinhas do Zeca”, dedicado a José Afonso e no ano 2008 “Young And Lovely”, uma homenagem aos 50 anos da ‘bossa nova’.

Em 2007 participou no fonograma “1970″, de JP Simões, e em 2009 com Sir Scratch no tema “Quanto Menos Esperas” da banda sonora do filme “Esperança está onde menos se espera” de Joaquim Leitão. Integrou também o projecto “Rua da Saudade”, uma homenagem ao poeta José Carlos Ary dos Santos, com as cantoras Viviane, Mafalda Arnauth e Susana Félix e que era, como conta na recolha, ‘um sonho antigo de Renato Junior’ (produtor do projecto).

Das, já mencionadas, múltiplas colaborações que atravessam o seu percurso na música são ainda de realçar até ao momento em que esta conversa aconteceu: a sua interpretação vocal no fonograma “Batacotô 3″ no ano de 2002 e colaborações nos “Projeto Prêt-a-porter – Coleção Outono inverno da MPB”, do poeta Sergio Natureza e Dakar Produções, e no CD relativo ao “Projeto Novo Canto”.

© 2013 Luanda Cozetti à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo
Recolha efectuada em Lisboa, na casa de Luanda

Som, Pesquisa, Texto, Fotografia: Soraia Simões

Conversa ao Correr das Músicas (ciclo Museu Nacional da Música), aqui

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Carlos Guerreiro (músico, construtor de instrumentos, Gaiteiros de Lisboa)

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Carlos Guerreiro (músico, construtor de instrumentos, Gaiteiros de Lisboa)

61ª Recolha de Entrevista

 

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Quota MS_00033 Europeana Sounds

BI: Carlos Guerreiro nasceu em Lisboa no ano de 1954. É um músico, construtor de instrumentos, marceneiro-entalhador, escultor e professor, que começou por aprender guitarra. No ano em que acabou o liceu (ano em que se dá a Revolução de Abril) Carlos Guerreiro foi para o Conservatório para o curso de Educação pela Arte e no fim dos estudos iniciou um percurso de professor a dar aulas a alunos invisuais no Centro Helen Keller. Estudou mais tarde, a Arte de Trabalhar a Madeira, na Fundação Ricardo Espírito Santo, e esteve 20 anos a ensinar música a doentes com paralisia cerebral. Em 1991 fundou o Grupo Gaiteiros de Lisboa.

Nesta recolha de entrevista Carlos fala do seu percurso, da associação ao universo de onde os Gaiteiros surgiram (de uma 'música tradicional') e daquele a que poderão ter sido associados (a 'um universo musical e cultural político'), dos vários fonogramas editados e das suas actuações em toda a Península Ibérica, da relação entre música e educação, das evoluções e retrocessos na indústria cultural no geral e fonográfica em particular desde a sua estreia (com o colectivo que ajudou a criar - Gaiteiros de Lisboa) ao vivo a 21 de Março de 1994, do que representam para si conceitos como ''música portuguesa'' ou ''identidade'', etc.

No legado fonográfico do grupo Gaiteiros de Lisboa contam-se até à data em que a recolha é efectuada os seguintes álbuns: Invasões Bárbaras (de 1995), Bocas do Inferno (de 1997), Dança Chamas (de 2000), Macaréu (de 2002), Sátiro (de 2006) e Avis Rara (editado no ano de 2012).

© 2013 Carlos Guerreiro à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Som, Pesquisa, Texto: Soraia Simões

Fotografias: Augusto Fernandes

Recolha efectuada em casa de Carlos Guerreiro

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Vitorino (músico, intérprete)

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Vitorino (músico, intérprete)

39ª Recolha de Entrevista

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Quota MS_00032  Europeana Sounds

BI: Vitorino Salomé Vieira nasceu em 1942 no Redondo (Alentejo).

É um cantor e compositor de 'música popular portuguesa' de longo percurso, com uma forte tradição familiar na música.

Cursou Belas Artes, mas cedo enveredou por circuitos musicais associados a alguma boémia.
Emigrou para França (Paris) onde se reuniu com outros autores como José Mário Branco ou Sérgio Godinho, passou por Cuba, Rio de Janeiro, Israel e aos 20 anos veio para Lisboa.

Amigo de Zeca Afonso colaborou em alguns dos seus fonogramas (Coro dos Tribunais), bem como nos de Fausto Bordalo Dias, entre outros.
O seu primeiro single foi lançado em 1974 (‘Morra Quem Não Tem Amores’), o mesmo ano em que participa no célebre concerto de Março de 1974 (no Coliseu) ‘Encontro da Canção Portuguesa’.

Desde o ano de 1975 (em que apresenta o seu primeiro longa duração: Semear Salsa ao Reguinho – e onde se encontram canções populares como ‘Menina Estás à Janela’ ou “Cantiga d'um Marginal do séc. XIX”, entre outras) até 2012 (em que lança ‘Moda Impura’, com textos maioritariamente de António Lobo Antunes) vai um longo caminho que o estruturaram enquanto homem e músico, e onde ficaram outros fonogramas da sua autoria (além das participações várias noutros grupos e com outros músicos de panoramas musicais diversos*) como: Os Malteses (de 1977) , O Cante da Terra (de 1979), Romances (de 1980), Flor de la Mar (de 1983), Leitaria Garrett (lançado em 1984), Sul (de 1985), o maxi-single “Joana Rosa” (de 1986), Negro Fado (de 1988), co-produzido por António Emiliano e José Manuel Marreiros, e que venceria o Prémio José Afonso, Lua Extravagante (um Quarteto composto por Filipa Pais e os seus irmãos Janita e Carlos Salomé e que originaria o álbum, com o mesmo nome do Quarteto, editado no ano de1991, Eu Que Me Comovo Por Tudo E Por Nada (de 1992, com textos de António Lobo Antunes, que venceria pela segunda vez, no ano a seguir ao seu lançamento, o Prémio José Afonso, assim como, no mesmo ano, o Se7e de Ouro para Música Popular), a compilação As Mais Bonitas de 1993 (com regravações de “Laurinda” e de “Menina Estás à Janela” e a gravação de Vitorino para “Ó Rama Ó Que Linda Rama”), A Canção do Bandido (de 1995).

*Não esquecendo, como referido, as suas colaborações ou projectos de que foi fundador, como entre outros, Rio Grande (com Rui Veloso, Tim, João Gil e Jorge Palma), os dois espectáculos (de um repertório menos conhecido de Zeca Afonso) ‘A Utopia e a Música’ no âmbito do Festival 100 dias da Expo 98 apresentado no Centro Cultural de Belém, o disco gravado, no ano de 1999, em Cuba com o Septeto Habanero, a solidariedade, através da música, com Pedro Barroso e Isabel Silvestre, com a campanha da Fenprof para recolocar o sistema educativo timorense (fonograma Uma Escola Para Timor, de 2000), o álbum Os Amigos - Coimbra nos arranjos de António Brojo e António Portugal ( com a sua participação e as de Luís Góis, Janita Salomé, Almeida Santos ou Manuel Alegre),Tango, El Perro Negro Canta (gravado em Buenos Aires , mas com três temas gravados em Lisboa, o qual dedicou à memória do pintor João Vieira), as colaborações com Brigada Vitor Jara, José Cid, Couple Coffee, entre alguns mais.

Nesta recolha Vitorino atenta um pouco o seu percurso na música e do qual não se dissociam as questões de uma ‘identidade cultural’, do surto de manifestações socio-culturais e musicais que não lhe são indiferentes, repassando simultaneamente para as ‘culturas e práticas musicais locais’, sobre a conjectura socio-política de um tempo e dos seus avanços e recuos, da sua evolução no meio musical, do seu afastamento e aproximação tardia a uma indústria cultural implementada e irregular, de uma possível ‘esquerda militante’ fomentada especialmante no seio académico associada à canção e numa outra protegida por uma política de Estado Novo, sobre uma noção de cosmpolitismo e do pensar as músicas através de uma periferia e de outras ideias como ‘tradição’, ‘invasão anglo-saxónica’ ou práticas musicais como o ‘cante alentejano’ ou ‘as modas’, o ‘fado’, mas também coreográficas como ‘o tango’e ‘o flamenco’, entre outras perspectivas suas que poderá escutar nesta gravação.

© 2013 Vitorino à conversa com Soraia Simões Perspectivas e Reflexões no Campo

Som, Pesquisa, Texto: Soraia Simões

Fotografia: Inês Teles

Recolha efectuada em LARGO Residências, Lisboa

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Ivan Lins (músico: autor, compositor, pianista, intérprete)

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Ivan Lins (músico: autor, compositor, pianista, intérprete)

65ª Recolha de Entrevista

 

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Quota MS_00031 Europeana Sounds

BI: Ivan Guimarães Lins, conhecido por Ivan Lins, é um músico e compositor reconhecido pelos mais diversos compositores do mundo. Nasceu no ano de 1945 no Rio de Janeiro.

Nesta recolha de entrevista expressa algumas interpretações que faz dentro do percurso musical que já traçou: dos Grammys que recebeu (fruto das inúmeras gravações da sua obra pelo mundo) da importância e facilidade que observou desde criança em si com o ritmo e dos arranjos mais sofisticados que com a evolução e profissionalização na música foi atingindo, da influência e importância dos quadrantes sociais e políticos na música que produziu e gravou e da mesma influência/importância para a geração de músicos dos anos 70, do seu apreço pelas músicas tradicionais em Portugal e da ligação (sobretudo no contexto melódico e harmónico) com as executadas no Brasil, do papel das gravadoras (editoras discográficas) no período de maior censura da música popular no Brasil e de algumas da sua autoria que não passaram nesse censor, etc

Ivan Lins editou inúmeros fonogramas, muitos deles de grande repercussão. Procurou ligar-se às questões contemporâneas de cada época, e foi expandindo a sua forte linguagem de compositor.
A partir da segunda metade dos anos de 1980, principalmente nos EUA, onde foi gravando com intérpretes ou produtores relevantes no panorama mundial, como Sarah Vaughan, Quincy Jones, Ella Fitzgerald, Carmen McRae ou Barbara Streisand entre outros, tornou-se no músico brasileiro com mais gravações feitas, até hoje, internacionalmente. No Brasil gravou com nomes como Elis Regina, Simone, Quarteto em Cy, Gal Costa, Emílio Santiago, Djavan, Gonzaguinha entre tantos mais.

Em 1991 fundou a editora discográfica Velas, de que também fala na recolha, em conjunto com o seu parceiro de longa data: Vitor Martins. uma editora independente e nacional que editou fonogramas e lançou, na altura, estreantes como Guinga, Chico Cesar ou Lenine e apoiou nomes já reconhecidos como Edu Lobo, Fatima Guedes, Zizi Possi, etc.

Ivan Lins também compôs música para cinema (destaque para os filmes “Dois Córregos” e “Bens Confiscados” de Carlos Reichenbach, tendo ganho o prémio de “Melhor Trilha Sonora” no III Festival Luso-Brasileiro Santa Maria da Feira). Além das suas composições para diversas trilhas e temas para Séries e Novelas.

No seu legado fonográfico, até à data em que este registo (disponibilizado apenas parte, já que constará de um livro com as várias recolhas de entrevistas transcritas) é feito, destacam-se: 
Agora (1970)
Deixa O Trem Seguir (1971)
Quem Sou Eu (1972)
Modo Livre (1974)
Chama Acesa (1975)
Somos Todos Iguais Nesta Noite (1977)
Começar de novo (1977)
Nos Dias de Hoje (1978)
A Noite (1979)
Novo Tempo (1980)
Daquilo Que Eu Sei (1981)
Depois dos Temporais (1983)
Juntos (1984)
Ivan Lins (1986)
Mãos (1987)
Love Dance (1988)
Amar Assim (1989)
Awa Yiô (1993)
A Doce Presença de Ivan Lins (1994)
Anjo de Mim (1995)
I'm Not Alone (1996)
Acervo Especial, Vol. 2 (1997)
Ivan Lins/Chucho Valdés/Irakere/Ao Vivo (1996)
Viva Noel: Tributo a Noel Rosa Vols. 1, 2 (1997)
Live at MCG (1999)
Dois Córregos (1999)
Um Novo Tempo (1998)
A Cor Do Pôr-Do-Sol (2000)
Jobiniando (2001)
Love Songs - A Quem Me Faz Feliz (2002)
I Love Mpb - Amor (2004)
Cantando Histórias (2004)
Acariocando (2006)
Saudades de Casa (2007)
Regência: Vince Mendoza (2009)
Abre Alas (2009)
Ivan Lins & Metropóle Orchestra (2009)
Perfil (2010)
Íntimo (2010)
Amorágio (2012)

© 2013 Ivan Lins à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Som, Pesquisa, Texto: Soraia Simões

Fotografias: Augusto Fernandes

Recolha efectuada em LARGO Residências (Lisboa)

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Fernando Meireles (Músico e Construtor)

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Fernando Meireles (Músico e Construtor)

62ª Recolha de Entrevista

 

Quota MS_00061 Europeana Sounds

BI: Fernando Meireles é um músico-construtor, artesão, que ao fim de cerca de duas décadas e meia permanece no fundo de um dos corredores de ar abandonado da Associação Académica de Coimbra com a sua oficina-atelier.

O seu trabalho longo tem sido consagrado à feitura de instrumentos musicais: com encomendas várias de cordofones por si feitos a músicos como Pedro Caldeira Cabral ou Júlio Pereira, mas também a sanfona, a concertina*, a viola braguesa, o bandolim e cavaquinhos tocados no grupo do qual faz parte (Realejo) saíram todos da sua oficina.

Fernando Meireles tem o seu trabalho reconhecido em distintas latitudes, como a Casa Real Espanhola onde se encontra uma guitarra sua, por outro lado o seu trabalho de recuperação da sanfona foi inequivocamente elogiado por entusiastas, cultores e coleccionadores como Louzã Henriques.

Nesta recolha de entrevista expressa a ''dignidade'' que esteve na base da sua aplicação e investimento pessoais, em horas de pesquisa e trabalho dedicados aos instrumentos tradicionais portugueses, da paixão que mantém ao fim deste tempo pela actividade, nas emoções experimentadas na construção de um instrumento medieval que já estava em extinção - a sanfona (ler no separador Organologia), na importância inicial do seu contacto com a academia conimbricense, onde se apresentava regularmente com o cavaquinho, para os instrumentos que por encomenda (ainda na República onde residiu em Coimbra) passou a construir (cavaquinhos, bandolins, que considerava na altura serem instrumentos sem grandes cuidados, muito toscos, pesados, muito desafinados, apresentando alguns problemas para se tocarem), da evolução do interesse pela construção e dedicação que passou a dar à guitarrade Coimbra, das horas passadas em bibliotecas ''de bibliografia em bibliografia'' e das cartas e livros pedidos do estrangeiro.

Meireles reflecte ainda algumas ideias sobre as políticas culturais e o modus operandi , entre o seu país e o estrangeiro, sobre um certo isolamento a que o seu percurso levou nos últimos anos, sobre a curiosidade e o alerta de consciências que a forma como conduz a sua actividade tem despertado no meio musical de construção e uso destes instrumentos..

Muita da matéria-prima que encomenda vem de outros pontos geográficos como França ou Alemanha e reflecte sobre o papel facilitador da internet : os contactos com fornecedores de boas madeiras ou outros materiais.

Os seus instrumentos são, como referido, amplamente considerados. Uma guitarra braguesa feita por Fernando Meireles é também uma obra de interesse artístico, além de sonoro-musical, a boca desenhada em flores é exclusiva e difícil, apesar das tentativas, de igualar.

Meireles tem na guitarra de Coimbra de Raul Simões, um dos primeiros construtores a quem Artur Paredes recorreu, que se encontra no Museu Académico, uma referência para a construção deste instrumento musical.

 

© 2013 Fernando Meireles à conversa com Soraia Simões de Andrade, Perspectivas e Reflexões no Campo.

Som, Pesquisa, Texto: Soraia Simões de Andrade.

Fotografia de capa: ciclo de debates Conservas em volta da Guitarra Portuguesa, 3ª sessão: «Guitarras de Coimbra e de Lisboa, sua construção, técnicas e difusão». Coordenação: Soraia Simões de Andrade. Convidados: Fernando Meireles (Coimbra), Óscar Cardoso (Lisboa).

Recolha efectuada na Oficina-Atelier de Fernando Meireles
Paisagem Sonora incluída

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Amadeu Magalhães (músico, tocador, professor)

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Amadeu Magalhães (músico, tocador, professor)

63ª Recolha de Entrevista

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Quota MS_00030

Europeana Sounds

BI: Amadeu Magalhães é um músico e formador nascido no ano de 1969 em Vila Real e que vive actualmente na Figueira da Foz.

Iniciou o seu percurso como músico profissional no ano de 1990 com o grupo Realejo, grupo em que é responsável/director musical até hoje, mais tarde integrou o grupo de ''música medieval e renascentista'', Ars Musicae, onde tocou alguns instrumentos de sopro, em 1999 integou o grupo Quadrilha. A par destes grupos, trabalhou ainda com Fausto, Dulce Pontes, José Cid, Roberto Leal, Né Ladeiras, Brigada Victor Jara, Anabela, Chico César, Clau, Ginga, Paulo Bragança, Paulo de Carvalho, Terra D'água, Uxia, Zeca Medeiros, Helena Lavouras, Luis Represas, etc.

Lecciona instrumentos tradicionais no GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra fundado no ano de 1966 e que tem desenvolvido na cidade um trabalho de recolha frequente, bem como tratamento e divulgação das manifestações tradicionais) e na Secção de Fado da AAC (Associação Académica de Coimbra) desde 1994 (Cavaquinho, Bandolim, Guitarra, Concertina, Flauta e Gaita de Foles). É também responsável musical do grupo de cordas da secção de fado da AAC.

Nesta recolha de entrevista explica algumas das razões do seu percurso musical, algumas das colaborações e os significados que lhes atribui, algumas das histórias ligadas à componente da compreensão organológica, feitura e afinação de alguns instrumentos tradicionais como o cavaquinho ou a gaita de fole, mas é também assertivo relativamente à importância que atribui a alguns processos pelos quais passou no seu percurso: como a Banda Filarmónica de Couto de Dornelas, em Boticas etc.

© 2013 Amadeu Magalhães à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo
Recolha efectuada em Anthrop - Autores Portugueses em Coimbra

Som, Pesquisa, Texto: Soraia Simões

Fotografia: António Freire

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Fernando Girão (músico, autor, compositor)

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Fernando Girão (músico, autor, compositor)

52ª Recolha de Entrevista

 

                                                                                                                                Only with permission

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Quota MS_00028  Europeana Sounds

BI: Fernando Girão nasceu em São Paulo no ano de 1951.
É um músico e autor luso-brasileiro com larga experiência no meio musical nacional e internacional.

Nesta recolha de entrevista fala da importância da família no seu instinto e posterior aprendizagem musical (filho da cantora brasileira Maria Girão e do guitarrista português, que acampanhou Amália Rodrigues, Fernando de Freitas), dos grupos musicais, no universo do pop-rock, onde começou a tocar ainda no Rio de Janeiro com cerca de 15 anos de idade, da sua vinda aos 17 para Portugal, onde fez parte do grupo Pentagono ou mais tarde do grupo Heavy Band, da sua ida para Angola, da realidade cultural (e musical em particular) que lá encontrou em plena política colonial, no facto de África e o Brasil lhe terem moldado o 'carácter musical' (composição, improviso, etc), na sua passagem pelos Festival RTP da Canção, com Jorge Palma, no ano de 1975, no fonograma Discretamente, que tanto deu que falar, na importância do fonograma Contos da Europa Tropical, no ano de 1982, nas rádios (em particular no programa Nós por Cá, de grande audiência na Rádio Renascença) especialmente por um dos temas mais divulgados na época - 'Intelectual do Café', etc.

Fernando Girão tem inúmeros fonogramas de autor e participações diversas um pouco por todo o mundo, mas do seu percurso musical, destacam-se sobretudo:

Os fonogramas Africana, editado em 1987 pela CBS espanhola, Índio editado em 1989, Girão Live, gravado ao vivo e editado em 1991, Outros Fados (editado em 1993 sob o selo da Numérica), Dias de Amanhã, editado em 1995 pela Movieplay, Cantos da Alma (CD, 1998), Olhos Nos Olhos (CD, Ovação, 2000), Antologia Híbrida (Livro+CDRom, Marques Augusto Editor, 2003) que contou com 84 peças ilustradas e um Cd Rom (29 peças) com prefácio de Helena Sacadura Cabral, Pedro Abrunhosa e Baptista-Bastos (uma antologia híbrida que reúne poemas e contos escritos pelo autor entre 1993 e 2002) , Fado Negro (CD, Numérica, 2009), Brazil - A tribute (2CD, Numérica, 2009). No ano de 2009 regressaria aos registos discográficos com o álbum Fado Negro. O disco inclui 12 novos temas, sendo 2 deles dedicado aos seus pais: "Fado Maria Girão" e "Fado Fernando de Freitas".

Os momentos em que a sua música serviu para causas sociais ou colaboração com músicos de todo o mundo foram recorrentes, de onde se ressalvam ainda: a autoria da música do disco Racismo Não a favor da AMI e que contou com a participação de vários músicos portugueses, no ano de 1996.
.
O single 'Festa da Diversidade' (1999) que reuniu participações de outros cantores como Sérgio Godinho, General D, Paulino Vieira, Filipe Mukenga, entre outros.

A a participação no disco da campanha do ano 2000 do Pirilampo Mágico.

Os trabalhos musicais que efecuou com músicos internacionais, como: John Beasley, Airto Moreira e Flora Purim, Alphonso Johnson, Alex Acuña, Harvey Mason, John B. Williams, Abe Laboriel, John Patittucci, Joey Heredia, Luís Conte, Ernie Watts, Rick Pantoja, Ricardo Silveira, Luís Avellar, Justo Almario, Walfredo Reyes, Dany Reyes, Ephrain Toro, Lou Pardini e Cássio Vargas, e nacionais como, entre outros, Alexandre Frazão, André Sarbib, António Pinho Vargas, Arménio de Melo, Black Company, Carlos do Carmo, Carlos Manuel, Dalú Roger, Dany Silva, , Eduardo Paim, Filipe Larsen, General D ou Janita Salomé.

© 2013 Fernando Girão à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Som, Pesquisa, Texto: Soraia Simões

Fotografia de Áudio: Augusto Fernandes

Fotografia de Capa: Augusto Fernandes no âmbito do Ciclo de Debates e Colóquios Mural Sonoro no Museu da Música sob o tema: «Músico Profissional que Futuro?» com Fernando Girão, Carlos Barretto e Fernando Girão em 2013

Recolha efectuada em LARGO Residências

excertos de temas autorais executados na recolha
'Pedal Song, Se eu fosse'
'Pedal Song, Yate Malumbo'

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Carlos Barretto (músico, contrabaixista, formador)

Carlos Barretto (músico, contrabaixista, formador)

50ª Recolha de Entrevista

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Quota MS_00027 Europeana Sounds

BI: Carlos Barretto nasceu no Estoril em 1957. É um músico e compositor com já longo percurso de actividade.

Nesta recolha de entrevista reflexiona sobre o início do seu caminho profissinal, do seu contacto musical desde criança (o pai tocava guitarra e harmónica cromática), do ambiente em que cresceu (ouvia-se muitos discos lá por casa, de Miles, Parker, Gillespie, Coltrane, Mingus, Monk, Ornette, mas também Elis Regina, Chico Buarque, Baden Powell, Gismonti, Hermeto Pascoal, Stravinsky, Bach, Os Tubarões, Milton Nascimento, Tchaikowsky, Amália Rodrigues, Carlos Paredes, entre outros), influenciado pelo ambiente familiar aos seis anos interessa-se pela guitarra e com dez inicia estudos de piano e solfejo no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, lembra também o início dos anos 70, onde por iniciativa de Luís Villas-Boas, tiveram lugar os primeiros festivais de Jazz (Cascais) de que há memória em Portugal,do seu ingresso naquela que seria a primeira escola de Jazz do país (a do Hot Club de Portugal) e onde efectuou as primeiras experiências amadoras, com músicos locais, da viagem em 1984 para Paris, reflexo do frustrante panorama cultural e artístico que então se vivia em Portugal, de algumas das diferenças entre o circuito de jazz europeu e americano, entre outros aspectos.

Do seu percurso salientam-se ainda o seu contacto, aprendizagem e colaboração com Ludwig Streischer, na Academia Superior de Música de Viena (Áustria), ou outros músicos reconhecidos pelo mundo com quem colaborou como Fritz Pauer (acompanhador regular de Art Farmer) Joris Dudli e Christian Radovan (elementos da Vienna Art Orchestra), o regresso a Lisboa, ingressando na Orquestra Sinfónica da RDP, e colaborações em projectos de/com outros músicos da música popular feita em Portugal nos últimos 30 anos.

© 2013 Carlos Barretto à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Pesquisa, Som, Texto: Soraia Simões

Fotografias: Augusto Fernandes

Músico Profissional que futuro? Vídeo correspondente a uma Sessão Mural Sonoro no Museu da Música no ano de 2013 que contou com Carlos Barretto, Fernando Girao e Toze Brito


Recolha efectuada em LARGO Residências

Improvisão de Carlos Barretto no contrabaixo

Rão Kyao (Músico, autor, compositor)

Rão Kyao (Músico, autor, compositor)

42ª Recolha de Entrevista

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Quota MS_00058 Europeana Sounds


BI: João Maria Centeno Gorjão Ramos Jorge, conhecido por Rão Kyao, nasceu em Lisboa no ano de 1947.
É um músico, flautista e saxofonista, fortemente inspirado pela música feita no Oriente (Índia, África, China) e a que é feita em Portugal. Tem estabelecido ao longo dos anos as relações, que se tendem a dissapar, entre a “tradição musical portuguesa” e o Oriente.

Editou, até hoje, cerca de 18 fonogramas, onde se contam alguns expressivos como: "Malpertuis" (1976), "Bambu" (1977), "Goa" (1979), "Ritual" (1982) ou "Macau O Amanhecer" (1984).

Embora tenha estado em círculos que se começavam a formar em Portugal (como o jazz), o seu fascínio pela música oriental, capaz de o levar a fixar-se em Bombaim durante alguns meses, sempre estiveram presentes na sua abordagem à música.

Na década de 80, quando os seus discos conquistavam galardões de ouro e platina - com "Fado Bailado" (1983), onde juntamente com António Chaínho, revisitava alguns dos mais célebres temas da canção urbana de Lisboa à luz do saxofone, propondo pela primeira vez uma nova dimensão para o fado, ou com "Estrada da Luz" (1984) e "Oásis" (1986), álbuns onde voltou à flauta de bambu para mostrar as afinidades entre a ‘música tradicional portuguesa’ e a ‘música indiana’ - vai até ao Brasil, onde gravou o álbum "Danças de Rua" (1987), fortemente inspirado na riqueza rítmica da música feita no nordeste brasileiro.

Mas, em "Viagens na Minha Terra" (1989) ou em "Viva o Fado" (1996), voltou à intenção de cruzar a música portuguesa com as suas origens e em "Delírios Ibéricos" (1992) o fortalecimento da experiência ibérica para a música que criava.

Nos anos noventa, editou também "Águas Livres" (1994) e "Navegantes" (1998. A ligação por si potenciada entre a música feita entre Portugal e o Oriente (sobretudo Macau), mas em"Junção" (1999), acompanhado pela Orquestra Chinesa de Macau, volta a estar presente.

É em "Junção" que se encontra o tema da autoria de Rão Kyao interpretado durante a cerimónia que celebrou a passagem do território de Macau para a República Popular da China.

Em "Fado Virado a Nascente" (2001), acompanhado pela fadista Deolinda Bernardo e pela cantora Teresa Salgueiro, no tema "Deus Também Gosta de Fado", o músico propõe de novo uma outra abordagem.

Nesta recolha de entrevista, entre outros aspectos, Rão Kyao reflexiona sobre as principais motivações que encontra para aquilo que faz, sobre as suas ligações à música árabe ou indiana e chinesa, sobre a superficialidade que sente, no contexto musical operado em Portugal, no que respeita ao retorno de algumas noções como: ‘uma tradição’/origem ou um ‘som português’, sobre a relevância do sentir a música que cria e nela se rever antes desta chegar ao público, do seu mais recente fonograma ('Coisas que a Gente Sente', editado em 2012), mas também sobre algumas das fragilidades da indústria musical e do ‘seu espaço’, (que pensa já ter conseguido) no contexto da música popular que é feita em Portugal e, até, noutras partes do mundo (dos já referidos), que lhe têm servido de inspiração para a criação.

© 2012 Rão Kyao à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo
Som sem edição, Pesquisa, Texto: Soraia Simões

Fotografia de capa de Patrícia Machado durante o debate organizado por Mural Sonoro e Moderado por Soraia Simões ''O Fado e as outras Músicas Populares, Relações de Proximidade e distância'' do Ciclo: Conversa à volta da Guitarra Portuguesa, que contou com João Braga e Rão Kyao

Recolha efectuada em LARGO Residências com paisagem sonora incluída (sem edição) 

Nuno Pereira (construtor e tocador de flautas várias, ocarinas, korás, berimbaus, adufes)

Nuno Pereira (construtor e tocador de flautas várias, ocarinas, korás, berimbaus, adufes)

43ª Recolha de Entrevista e Som de Instrumentos

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BI: Nuno Pereira é um músico, autor, construtor (flautas diversas) e tocador de diversos instrumentos (flautas várias, ocarina, korá, berimbau, adufe, etc), nascido em Lisboa no ano de 1978.

Filho de pais nortenhos desde cedo manteve um contacto (directo - com os pais - ou indirecto - através de contactos com outros músicos, de outras proveniências culturais e geográficas, que ouvia e via na rua onde também começou por tocar muito jovem) e se sentiu atraído pelo folclore e instrumentos tradicionais, não só portugueses como de outras partes do mundo (Peru, India, China, Brasil, Equador, Senegal ou Colombia).
Nesta recolha encontram-se sons recolhidos de alguns dos instrumentos que trouxe para tocar em tempo real, como ocarina, flauta de bambu ou korá.

Nos últimos anos tem, com um conjunto de outros músicos, usado a música como meio de consciencialização, de tentativa para o encontro do indivíduo com o seu ser/o seu bem-estar e crescimento espiritual, pessoal e interpessoal, ou mesmo de uma forma profilática aliviando ou prevenindo, através da junção de sons, melodias, ritmos e harmonias, o sofrimento de outrém.

Acredita na música como um veículo eficaz para operar a mudança interior, que despoletará a exterior/comportamental, no ser humano e usa-a também e fundamentalmente com esse propósito. Quando o questiono se se revê no que é feito musicalmente na actualidade não hesita em dizer: "não".

A educação e evolução humana pela música, a música e as emoções, os instrumentos e as suas sonoridades, o uso de materias não animais na concepção dos instrumentos que cria devido à opção vegetariana, a tentativa de definição de ritual ou 'drum circle', etc.

© 2012 Nuno Pereira à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Pesquisa, Texto, Edição: Soraia Simões
Captação de Instrumentos: Nuno Santos e Soraia Simões

Tiago Francisquinho (didgeridoo)

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Tiago Francisquinho (didgeridoo)

2ª Recolha de depoimento sobre a prática do didgeridoo e captação de som

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BI: Tiago Francisquinho nasceu em Tomar no ano de 1986. É um músico, tocador de instrumentos variados como guitarra, piano, trombone, mas curiosamente o instrumento pelo qual começou e ao qual dedicou grande parte da sua vida do ponto de vista do estudo, pesquisa e compreensão da sua história, técnicas e construção foi o didgeridoo.

Nesta recolha explica algumas das características deste instrumento no contexto europeu e o modo como se ligou a ele e a sua expansão, que tem crescido não só do ponto de vista da sua construção como o número de interessados e novos tocadores.

Trata-se de uma recolha essencialmente descritiva, na qual se pretendeu captar o som do instrumento, assim como a ligação primeira do indivíduo à música em Portugal através deste instrumento musical.

© 2012 Tiago Francisquinho à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo
Som sem edição, Texto: Soraia Simões
Fotografias: Helena Silva
Recolha efectuada em Lisboa ao ar livre

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Mónica Roncon (Práticas coreográficas ciganas e repertórios)

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Mónica Roncon (Práticas coreográficas ciganas e repertórios)

34ª Recolha de Entrevista

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Quota MS_00054 Europeana Sounds

BI: Mónica Roncon nasceu em 1969 em Lisboa. É uma coreógrafa, bailarina e investigadora portuguesa filha de mãe espanhola e pai português.

Interessou-se desde cedo pelo mundo da dança. Iniciou com o ballet clássico espanhol e o flamenco, e no caso da dança e da música ciganas através de uma bailarina húngara (filha de franceses judeus e de húngaros de origem ciganas) com quem começou a dançar este tipo de dança. Sempre viajou bastante procurando aperfeiçoar as suas aprendizagens junto dessas culturas e a sua técnica. Em Paris acabou por ficar 3 anos com o bailarino de uma tribo Vlach da Ucrânia. Esteve ainda na Roménia e Turquia (a viver em casa da família do Csangalo, um dos músicas mais respeitados da Transilvânia). Das viagens que tem feito reserva a importância do intercâmbio com as populações locais, a colaboração com os Ciganos de Ouro, o grupo de música cigana portuguesa que saiu fora da sua comunidade e trouxe a música cigana portuguesa para o grande público, etc.

O estudo do flamenco foi a alavanca para a descoberta de uma outra realidade musical e coreográfica, cujo ponto de partida é o ritmo, numa caminhada em que a interpretação marca, em última análise, uma diferença entre o cigano e o não cigano.

Nesta recolha descreve ainda o pouco conhecimento acerca destas práticas, que ainda sente, em Portugal, de algumas das particularidades das danças, do facto de as 'manifestações comunitárias' que acompanham este tipo de danças poderem ser pontos essenciais para se conhecerem estas etnias em Portugal além da sua centelha mais imediata (ou seja, de um modo enriquecedor: através das suas características culturais e de performance, entre outras), dos repertórios que se ligam a estas práticas coreográficas, de algumas ligações ou semelhanças com as danças tradicionais portuguesas e, entre outras coisas, das várias expressões culturais e artísticas em contexto de diáspora poderem ser uma resposta para a actual crise na área cultural e social em Portugal.

2012 Mónica Roncon à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Som sem edição, Pesquisa, Texto: Soraia Simões

Recolha efectuada em  LARGO Residências em Lisboa

fotografia de Marta Dias

 

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Benjamim Taubkin (Músico, compositor brasileiro)

Benjamim Taubkin (Músico, compositor brasileiro)

35ª Recolha de Entrevista

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Quota MS_00053 Europeana Sounds

BI: Benjamim Rafael Taubkin, conhecido ('apenas') por Benjamin Taubkin nasceu em 1956 em São Paulo.

É um músico, autor, produtor e compositor brasileiro com uma capacidade em se multiplicar assinalável. Seja na editora Núcleo Contemporâneo (com um catálogo composto de mais de 30 Cd lançados), na Orquestra Popular de Câmara, como curador de festivais de música, como activista da música independente (mentor da ABMI – Associação Brasileira da Música Independente).

Entre 1975 e 1977 realizou projectos como “Música no Parque”, concertos no Bosque do Morumbi e no Jardim da Luz, em São Paulo, além de “Música nos Museus” e “Sessão Coruja”. E em “viagem musical” (livro) reforça os vários universos por onde passou/passa.

O pianista surgiria em 1979, tocou com diversos grupos e músicos como Banda Savana, Rafael Rabelo, Moacir Santos, Arismar do Espírito Santo, Marluí Miranda, Zizi Possi, Paulo Moura, Madup Mudgal, Orquestra Sinfónica de Recife, Mónica Salmaso, Elza Soares e Ivaldo Bertazzo, entre outros, e participou em Festivais de Jazz e música brasileira na Europa e nos EUA.

A música brasileira e o seu diálogo com outras culturas continua a ser o campo de actividade deste pianista, arranjador, compositor e produtor.

O seu primeiro disco autoral, A Terra e o Espaço Aberto, lançado em 1997, foi um dos eleitos para os Prémios “Sharp” e “Movimento”. Ainda em 1997, iniciou uma série de formações com as quais lançou diversos CD, como a Orquestra Popular de Câmara, Moderna Tradição; Cantos do Nosso Chão, Trio + 1, e o América Contemporânea – que reúne músicos e repertório de países da América do Sul.

Além da parceria com o Soukast, com o percussionista radicado em Londres, Adriano Adewale; com o grupo Bongar de Pernambuco; com músicos marroquinos; e com a bailarina de dança contemporânea, Morena Nascimento, que foi integrante da Companhia Pina Bausch.

Como concertista solo, Benjamim Taubkin lançou no Brasil e nos EUA, o CD A Pequena Loja da Rua 57, gravado na casa de pianos Fazioli, em Nova Iorque e tem-se apresentando no Brasil e em várias partes do mundo. Em 2009, realizou residência artística na Áustria e em 2011, na Coreia. Em novembro passado, foi o solista convidado da temporada da Jazz Sinfónica do Brasil.

Benjamim é, como já referido, autor do livro “Viver de Música” a convite da Editora BEI (2001) e programador do Mercado Cultural da Bahia desde 2001.

Acaba de lançar The Vortex Sessions, gravado em Londres com o percussionista brasileiro Adriano Adewale, na tradicional casa de jazz Vortex Jazz Club. E lançará em breve um disco com músicos marroquinos e com o duo de percussão Soukast..

Nesta recolha, Taubkin reflecte sobre o seu percurso musical, primeiro como produtor, depois como autor, compositor e como pianista (aos 18 ano, atenta sobre algumas das fragilidades na indústria, na debilidade da maioria dos media, no facto de caber ao criativo ou agente cultural a aproximação da sua realidade ao público ("os mídia não estão nem aí para a criação. Eles não estão entendendo a aventura da criação..Eles não entendem isso.." reflecte), a ineficácia em assentar-se o discurso em ideias como: 'alta e baixa culturahieraquias musicais ou socio-culturais, na relevância dada ao 'artista' em sociedade contráudgal, Orquestra Sinfónica de Recife, Mónica Salmaso, Elza Soares e Ivaldo Bertazzo, entre outros, e participou em Festivais de Jazz e música brasileira na Europa e nos EUA.

A música brasileira e o seu diálogo com outras culturas continua a ser o campo de actividade deste pianista, arranjador, compositor e produtor.

O seu primeiro disco autoral, A Terra e o Espaço Aberto, lançado em 1997, foi um dos eleitos para os Prémios “Sharp” e “Movimento”. Ainda em 1997, iniciou uma série de formações com as quais lançou diversos CD, como a Orquestra Popular de Câmara, Moderna Tradição; Cantos do Nosso Chão, Trio + 1, e o América Contemporânea – que reúne músicos e repertório de países da América do Sul.

Além da parceria com o Soukast, com o percussionista radicado em Londres, Adriano Adewale; com o grupo Bongar de Pernambuco; com músicos marroquinos; e com a bailarina de dança contemporânea, Morena Nascimento, que foi integrante da Companhia Pina Bausch.

Como concertista solo, Benjamim Taubkin lançou no Brasil e nos EUA, o CD A Pequena Loja da Rua 57, gravado na casa de pianos Fazioli, em Nova Iorque e tem-se apresentando no Brasil e em várias partes do mundo. Em 2009, realizou residência artística na Áustria e em 2011, na Coreia. Em novembro passado, foi o solista convidado da temporada da Jazz Sinfónica do Brasil.

Benjamim é, como já referido, autor do livro “Viver de Música” a convite da Editora BEI (2001) e programador do Mercado Cultural da Bahia desde 2001.

Acaba de lançar The Vortex Sessions, gravado em Londres com o percussionista brasileiro Adriano Adewale, na tradicional casa de jazz Vortex Jazz Club. E lançará em breve um disco com músicos marroquinos e com o duo de percussão Soukast..

Nesta recolha, Taubkin reflecte sobre o seu percurso musical, primeiro como produtor, depois como autor, compositor e como pianista (aos 18 ano, atenta sobre algumas das fragilidades na indústria, na debilidade da maioria dos media, no facto de caber ao criativo ou agente cultural a aproximação da sua realidade ao público ("os mídia não estão nem aí para a criação. Eles não estão entendendo a aventura da criação..Eles não entendem isso.." reflecte), a ineficácia em assentar-se o discurso em ideias como: 'alta e baixa cultura', hieraquias musicais ou socio-culturais, na relevância dada ao 'artista' em sociedade contria à que reflecte no Seu 'Viver de Música' em que entrevista pessoas que estão vivendo da actividade musical mas nas áreas mais diversas e para as quais se sentem úteis e capacitadas (como a pedagogia, a produção, a comosição para alguns instrumentos, etc).

© 2012 Benjamim Taubkin à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Som sem edição, Pesquisa, Texto: Soraia Simões

recolha efectuada na passagem de Benjamim Taubkin por Lisboa
foto de Marta Reis (Soraia e Benjamim), foto de Anita Kalikies (Benjamin no piano)

Dino D'Santiago (intérprete, autor)

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Dino D'Santiago (intérprete, autor)

31ª Recolha de Entrevista

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Quota MS_00023 Europeana Sounds

BI: Claudino de Jesus Borges Pereira conhecido por Dino d’Santiago (nome que adoptou em alusão à ilha cabo-verdiana de onde são oriundos os seus pais e em homenagem aos seus avós) para se representar no seio musical, nasceu no ano de 1982 na Quarteira (Algarve). É um músico e autor, que vive à data em que esta recolha é efectuada na cidade do Porto.


A sua ligação à música confunde-se com a sua incursão nela como uma actividade regular no seu quotidiano (relembra que começou bem novo, aos 7 anos e ainda na Quarteira, a cantar no âmbito religioso), no universo alargado de alguma da música popular que se faz no país de onde é oriunda a sua ‘família base’ (Cabo Verde) dentro de domínios (as mornas, coladeras, funanás) e práticas mais reconhecidos (do batuque, do violon, etc) e o universo musical que o espaço social ou religioso (igreja) que frequentava lhe proporcionou: como o gospel  e posteriormente, já como intérprete em busca de uma profissionalização,  o funk e o rap, que o vão atraindo e aproximando de várias formas de expressão sonoro-musical e de outros autores, que nessas expressões encontram a força para a sua criação. O seu primeiro fonograma, 'Eu e os Meus', é lançado em 2008 .

 

Nesta recolha de entrevista, Dino reflexiona um pouco sobre o seu percurso, as suas viagens, as proximidades que, com o passar do seu tempo na actividade, sente entre as suas raízes e o resto de parte do mundo por onde tem viajado, nas proximidades entre a ‘música tradicional’ feita em Portugal durante décadas (com os instrumentos no contexto da música popular, os seus cantores e autores, poetas, etc) e a feita em Cabo Verde ou Angola, na facilidade de concepção e adaptação do músico e compositor português a outros universos musicais e a outras realidades socio-espaciais e culturais, na importância dos públicos distintos (do público do interior ao público da metrópole), do papel fundamental das rádios locais, dos pequenos circuitos de espectáculo, mas também no papel da televisão ou das rádios de maior alcance (com todos os seus prós e contras), dos grupos musicais que integra (de Jaguar Band e Expensive Soul a Nu Soul Family ou Dino Soulmotion - o seu primeiro grupo), do seu trabalho individual, do seu novo disco ('Distinu d’um Criolo') e de outros criativos (músicos– rappers, compositores, arranjadores) com os quais tem trabalhado, como Virgul (ex integrante no grupo Da Weasel, com quem inicia Nu Soul Family), Jorge Fernando, Paulo Flores, Valete ou Sam The Kid, entre outros. Mas, incide também sobre a relação do músico com públicos distintos ao longo do país, das diversas significâncias em cantar em línguas distintas (como o crioulo, o português ou o inglês), da revolução que urge e que lhe parece cíclica (de tempos a tempos –‘cada 50 anos’ afirma em jeito de especulativo) no campo musical, e que parte dos seus intervenientes/fazedores e não do meio/mercado, que leva grande parte dos autores, mesmo no seio de algum descomprometimento do mercado para esse facto, a redescobrirem as ‘identidades’ dos seus espaços geográficos ou habitats para se representarem e sentirem representados no panorama musical, etc.

© 2012 Dino d'Santiago à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Edição, Som, Texto: Soraia Simões

Fotografia de recolha de entrevista: Augusto Fernandes

Nota: No ano passado  Dino D'Santiago  contou-me satisfeito que além de ter disco novo tinha assinado pela reconhecida Editora Lusafrica 

Em Março de 2014 Dino seria distinguido em Cabo Verde na Gala Cabo Verde Music Awards com dois prémios nas categorias de Melhor Batuku/Kola Sanjon, com a canção "Ka Bu Tchora", do disco "Eva", e de Melhor Álbum Acústico, "Eva".

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Fernando Abrantes (músico, engenheiro de som, formador)

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Fernando Abrantes (músico, engenheiro de som, formador)

19ª recolha de entrevista

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BI: Fernando Abrantes nasceu no ano de 1960 em Lisboa. É um músico, engenheiro de som, produtor, arranjador e formador filho de pai português e mãe alemã.

Desde cedo que aprendeu a tocar instrumentos, como piano e guitarra. Tocou inicialmente em grupos musicais, que o irmão (também músico) integrou, em Portugal.

Estudava Engenharia de Som e imagem na Universidade de Dusseldorf, quando foi convidado para substituir Karl Bartos (percussionista electrónico) no grupo Kraftwerk.

Fernando nunca chegou a colaborar directamente na produção dos fonogramas de Kraftwerk, mas andou em tournée com os outros três integrantes do grupo alemão a seguir a The Mix (fonograma datado de 1991).

O grupo considerado ainda hoje por muitos produtores um dos 'pioneiros na vanguarda dos recursos tecnológicos (sincronismos, midi*, etc), da electrónica e das 'músicas de dança' era pouco dado à interacção com o 'seu público' (onde se encontravam algumas vezes fãs como David Bowie ou Billy Idol) contrariamente à postura performativa mais expansiva/efusiva de Fernando, que habitualmente se destacava pela diferença da sua atitude, em relação aos restantes, em palco.

Nesta recolha de entrevista, Fernando Abrantes viaja um pouco por essa fase na Alemanha, explica as diferenças do ponto de vista tecnológico ('cada vez menores') entre Alemanha e Portugal e do facto dessas diferenças terem sobretudo que ver com uma atitude ou génese comportamental diferencial entre ambos os 'povos'/culturas e nem tanto com a base tecnológica ao seu dispor, de como é trabalhar como formador/professor, de alguns dos músicos que admira (como Paulo de Carvalho) e com os quais tem trabalhado em Portugal, do interesse, volvidas cerca de duas décadas, por parte de um realizador alemão em fazer um filme de cariz documental sobre um 'Fernando Abrantes pós aventura alemã com Kraftwerk', etc.

A ligação e importância do músico com noções técnicas de som e do engenheiro de som que foi e/ou é músico ("Na Alemanha um engenheiro de som tem que ser músico" reflecte), a facilidade e entendimento célere em operar mediante ambas as experiências, a relevância de estar no espaço onde opera com olhos postos na educação, partilha, adaptação e transmissão de mecânicas facilitadoras no processo de produção e criação musical em Portugal.

© Fernando Abrantes à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo
Pesquisa, Som, Edição, Texto: Soraia Simões

Fotografia: Nuno Santos

Recolha efectuada em Mafra
nota de autora:

*midi Musical Instrument Digital Interface. Designação dada para sintetizadores que reunem uma série de requisitos que vão além do 'MIDI mais comum'. Enquanto que a norma MIDI proporciona um protocolo de comunicações que assegura que diferentes materiais/ferramentas, instrumentos possam interagir de forma mais simples (tocando uma nota num teclado MIDI, fazemos com que um tipo de som reproduza uma nota musical, por exemplo), o 'General MIDI' vai um pouco mais longe. Com ele todos os instrumentos compatíveis com o GM passam a ter um número mínimo de especificações (como por exemplo, 24 notas de polifonia) e através dele associam-se algumas interpretações a vários padrões e mensagens de controlo que não tinham sido especificadas na norma MIDI (como a definição de sons de instrumentos para cada um dos muitos números dos programas).

28 de Agosto de 2012

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Susana Travassos (Cantora, Compositora. Portugal-Brasil)

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Susana Travassos (Cantora, Compositora. Portugal-Brasil)

9ª Recolha de Entrevista

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Quota MS_00022 Europeana Sounds

BI: Susana Travassos nasceu a Maio de 1982 em Faro, onde viveu até aos 18 anos (Vila Real de Santo António mais precisamente).

Iniciou o seu percurso musical aos cinco anos estudando acordeão e aprofundando mais tarde os seus estudos com aulas de piano e de canto lírico, no Conservatório Regional do Algarve, em Faro.

Aos 18 anos, ruma até Lisboa, onde inicia e completa a sua formação em Psicologia Educacional, no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, passando ainda pelo Instituto de Análise de Movimento/Análise do Movimento – Método Cary Rick.

Estudou jazz no Hot Clube de Portugal, teve aulas de canto com Joana Rios, Ana Luiza, Adélia Issa e Maria João.

Nesta recolha de entrevista fala do seu primeiro fonograma a solo, Oi Elis, um CD de homenagem a uma das mais reconhecidas intérpretes da história da música popular no Brasil, Elis Regina, das portas que se abriram no mercado musical brasileiro com este disco, do projecto, que integra a convite em 2009, Sotaques Paulistas e da sua apresentação no Sesc Pompeia ao lado de nomes como Zeca Baleiro, Mafalda Minozzi, Fortuna e a banda Karnak, do espaço Tejo Bar onde começou por actuar quando ainda estudava no ISPA, etc.

Nos últimos anos, Susana tem estabelecido uma ligação muito forte com a cultura e a música de Minas Gerais e fala de algumas pontes, intercâmbios e diferenças entre Portugal e o Brasil no que concerne ao desempenho dos autores (foi com o Brasil que aprendeu que um intérprete/músico/compositor também pode ser o agente de si próprio), da sua participação em espectáculos diversos (onde esteve ao lado de músicos como Makely Ka, Vitor Santana e Mestre Jonas e canta ao lado de Kristoff Silva, Juliana Perdigão, Mariana Nunes, Flávio Henrique), da sua colaboração nos fonogramas “Beirute” de Vitor Santana e “Caipira no Mundo” de Chico Lobo e no DVD “Como se a vida fosse música” do poeta do Clube da Esquina Murilo Antunes, do documentário idealizado por Pierre Aderne e que passou recentemente no Cinema São Jorge (MPB - Música Portuguesa Brasileira), que conta com a participação de diferentes músicos e/ou compositores, entre eles: Fred Martins, João Afonso, Mário Laginha, Sara Tavares, Fernanda Abreu, Cuca Roseta, Jorge Palma, Luiz Caracol, Tito Paris, entre outros.

Em São Paulo Susana cantou com diversos músicos como, em exemplo, Luis Felipe Gama, com quem começa a compor frequentemente, Ana Luiza, Marcelo Pretto, Kiko Dinucci, Juçara Marçal, grupo vocal Vésper, Zeca Baleiro e Chico Saraiva com quem desenvolve uma parceria desde 2010 e que resulta no disco Tejo-Tietê, produzido pelo guitarrista Paulo Bellinati, com previsão de lançamento em Maio de 2013.

É ainda membro da Orquestra Todos (ouvir 7ª recolha de entrevista com o maestro Mario Tronco) um grupo constituído por músicos de várias origens, que se unem para criar algo transversal a todos: a música.

© 2012 Susana Travassos à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Som, Pesquisa, Texto: Soraia Simões
Recolha efectuada em Anjos, Lisboa

Fotografia de Dominik Picnic

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