[1] por Rui Almeida

CARLOS PAREDES

Inevitável a resignação às cordas
Para não evocar os dedos ou sequer
Os olhos. Mover o corpo, apenas o mínimo
Necessário à intenção de tanger,

Ao modo de gerir pequenas tensões
Conexas, retidas para suster o som
Interior necessário. Não os olhos ou
O alcance da visão: a liberdade, outra

Possibilidade de recolher alegria
No ouvido, na parte côncava da própria
Percepção. Não os dedos: o contentamento,

Outra maneira de arrumar imagens vistas
À transparência, movimento repetido
Por dentro, pelo lado do que não é sombra.  

[1] Poeta

Fotografia do autor Ana Amaral

Fotografia Mural Sonoro Jardim Botânico de Coimbra

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